A origem da cachaça é contada de várias formas,e as vezes se contradizem.O que vou postar aqui são duas que achei interessantes.A primeira com dados técnicos,e a segunda com conteúdo aparentemente mais folclórico. Quando a cachaça transpõe fronteiras, nos Estados Unidos passa a se chamar SUGAR CANE BRANDY, na França, EAU DE VIE e na Alemanha, SCHNAPS.
Definição: A aguardante é uma bebida de alto teor alcóolico, obtida por destilação de cereais, frutas, raízes, sementes, tubérculos, castanhas, vinhos, plantas, melaços e gramíneas. A cachaça, uma aguardente obtida por fermentação e destilação das limpaduras do suco da cana ou das bordas do melaço.
- Teor Alcoólico: entre 38° e 40° GL
- Produção Nacional: 1,3 bilhões de litros/ ano (2002)
- Exportação: 14,8 milhões de litros/ano (2002)
- Consumo Interno: 1,6 bilhões de litros/ano ou 11 litros/ ano por habitante
- Nomes Regionais: Água que passarinho não bebe, esquenta-corpo, maria-branca, suor-de-alambique, arrebenta-peito, etc.
- 5000 marcas de cachaça e cerca de 30 000 produtores no País, gerando 400 mil empregos diretos e indiretos
será a cachaça, e não o whisky, a bebida do planeta."
A palavra aguardente tem origem na Grécia antiga, onde a história registra a obtenção da acqua ardens, embora os egípcios já conhecessem técnicas de fermentação e destilação de algumas bebidas.
A aguardente-de-cana, a bebida mais popular do Brasil é definida pela legislação brasileira como produto alcóolico obtido a partir da destilação do caldo de cana fermentado. Sua história remonta dos primórdios do século XVI, como sendo a primeira bebida destilada entre nós.
A partir de 1584 o trabalho escravo foi fundamental para o desenvolvimento da indústria do açúcar, concorrendo, dentre outras coisas, para aumentar a produção da cachaça, pois os alambiques estavam situados quase que exclusivamente nos engenhos.
Inicialmente, a cachaça era a espuma da caldeira em que se purificava o caldo de cana a fogo lento e servia como alimento para bestas, cabras, ovelhas. Assim, pôr algum tempo, foi considerada um produto secundário da industria açucareira; era mais uma garapa e não tinha nenhum teor alcóolico.
Somente depois da metade do século XVI é que a cachaça passou a ser produzida em alambique de barro, posteriormente de cobre, sob a forma e nome de aguardente. Nos engenhos do nordeste era costume dar cachaça aos escravos na primeira refeição do dia, a fim de que pudessem suportar melhor o trabalho árduo dos canaviais.
Com o aprimoramento da produção, atraiu muitos consumidores e passou a ter importância econômica para o Brasil colônia. Tal fato tornou-se uma ameaça aos interesses portugueses, pois a cachaça saiu das senzalas e se introduziu não só na mesa do senhor do engenho, como também nas casas portuguesas. Diante desta realidade, a venda da cachaça foi proibida na Bahia em 1635 e em 1639 deu-se a primeira tentativa de impedir até o seu fabrico.
A China é um país quase virgem para o comércio mundial, já no caso do Brasil é importante considerar o fator climático : calor em praticamente todas a estações.
Em 1819 já se podia dizer que a cachaça era a aguardente do país. Tornou-se a bebida dos brasileiros que, pôr amor à pátria, recusavam o vinho, especialmente os que vinham de Portugal. Hoje em dia quase toda a produção da cachaça se faz em destilarias independentes dos antigos engenhos e das atuais usinas de fabrico de açúcar, mas incontáveis são os alambiques de pequeno porte, espalhados pôr todo território.
Sobre a cachaça
O Brasil não é propriamente um país de clima favorável ao consumo das chamadas bebidas “quentes”, país em que a cerveja é a preferida. Mesmo assim, o consumo de bebidas como a cachaça, que vem se consolidando como marca brasileira no mercado internacional, é forte no país.
O mercado para aguardente engarrafada se divide nos segmentos popular e prêmio. A aguardente popular é acondicionada em garrafas de 600 ml, similares às garrafas de cerveja, e correspondem a 28,6% do total. O segmento pr6emio, que corresponde por aproximadamente 31% do mercado total, é acondicionado em garrafas de 970 ml ou 1 litro. E existe uma parcela do mercado, cerca de 40,4% que é comercializada na informalidade.
O status da aguardente brasileira em nível internacional, levou empresas a investirem em embalagens sofisticadas.
Garrafas de louça
Embalagens isentas de metais pesados como chumbo, cádmio e outros resíduos à saúde. São refratárias e não porosas, e por isso não dispersam gases nem líquidos, e evitam a transpiração e evaporação, mantendo o aroma e o sabor das bebidas. Submetidas aos rigorosos testes do IPT e USP, essas garrafas atendem as normas internacionais de qualidade e higienização.
Rótulos impressos pela tecnologia da fusão de óxidos cerâmicos com o vitrificado da louça. A impressão em ouro valoriza ainda mais a embalagem, que vira objeto de decoração pós o consumo.
A cachaça ganha embalagens sofisticadas
Três momentos da cachaça Pitu;
Exemplo de evolução das embalagens
Garrafas de vidro incolor para a cachaça
Até a década passada havia uma certa resistência popular em relação a tudo que fosse diferente da cor âmbar para a garrafa de cachaça. Quem ousou em romper essa barreira foi a indústria Muller de Bebidas, com a garrafa de 600 ml, migrando para o litro incolor e hoje é uma tendência.
Lata de 350 ml da Caninha 51
Aguardente envelhecida Terra Brazilis
Caninha 51 em garrafa de 500 ml . A Caninha 51 é exportada para 43 países, como Chile, Portugal, Alemanha, Espanha e Japão com o nome ‘Cachaça 51”
Primeira bebida destilada mais consumida no Brasil e a terceira no ranking mundial, a cachaça já é reconhecida como um produto de grande potencial de exportação pelo governo brasileiro, sendo hoje exportada para mais de 60 países, com perspectivas de aumento significativo nos próximos anos.
A Caipirinha Ice chegou ao mercado em garrafinhas long neck de 300 ml. A embalagem recebeu rótulos de BOPP transparente, e foi impresso pelo processo flexográfico, utilizando tinta e verniz ultravioleta.
Os traços leves e atraentes conferem à embalagem da bebida um design alegre e descontraído
Um casarão construído em 1846 abriga, desde 2000, o Museu da Cachaça, em Maranguape, em Fortaleza. No acervo, mapas, documentos, fotos, filmes, maquinário, garrafas, equipamentos agrícolas e tonéis de balsamo. Entre as curiosidades, o maior tonel do mundo, com capacidade para 374 mil litros (o segundo maior está na Alemanha). O museu temático é uma iniciativa da Ypióca, empresa portuguesa que tem 145 anos na produção de cachaça.
Segunda história é uma versão bem interessante:
Antigamente, no Brasil, para se ter melado, os escravos colocavam o caldo da cana-de-açúcar em um tacho e levavam ao fogo e não podiam parar de mexer até que uma consistência cremosa surgisse. Um dia, cansados de tanto mexer e com serviços ainda por terminar, os escravos simplesmente pararam e o melado desandou! Então o que fazer? A saída que encontraram foi guardar o melado longe das vistas do feitor. No dia seguinte, encontraram o melado azedo(fermentado).
Não pensaram duas vezes. Misturaram o tal melado azedo com o novo e levaram os dois ao fogo. O “azedo” do melado antigo era álcool, que aos poucos foi evaporando e formou goteiras no teto do engenho, que pingavam constantemente. Daí o nome “PINGA”.
Quando a pinga batia nas suas costas marcadas com as chibatadas dos feitores ardia muito, daí o nome “AGUARDENTE”.
Caindo em seus rostos e escorrendo até a boca, os escravos perceberam que, com a tal goteira, ficavam alegres e com vontade de dançar. Então sempre que queriam ficar alegres repetiam o processo.
Com o tempo a fabricação da cachaça foi sendo aprimorada e caiu no gosto da população em geral.
Hoje em dia é artigo de exportação!
(Esta história é contada no Museu do Homem do Nordeste, Recife-pe)
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